Cartas

por Redação CONCERTO 01/08/2019

Esculturas

Com muita justiça e propriedade, a Revista CONCERTO dedicou especial atenção aos 20 anos da Sala São Paulo, um dos melhores templos de música da América Latina (Revista CONCERTO, edição de julho, nº 262). Permita-me relembrar o fato histórico que foi decisivo na construção da Sala São Paulo.
No dia 12 de setembro de 1996, quando eu era secretário de Esportes e Turismo no Estado de São Paulo, recebi um telefonema do secretário de Cultura, Marcos Mendonça , perguntando se eu poderia acompanhá-lo ao Palácio dos Bandeirantes, uma vez que o governador Mário Covas desejava ir ao Theatro Municipal prestar a última homenagem ao maestro Eleazar de Carvalho, cujo corpo estava sendo velado no palco do teatro. Durante todo caminho, Marcos Mendonça contava das agruras do maestro em não ter um local para ensaiar a orquestra. Chegando ao Municipal, fomos recebidos por Sonia Muniz, esposa de Eleazar, que nos acompanhou ao palco. Ali, o spalla da orquestra veio ao governador e disse, pausadamente, que o grande sonho do maestro era ter um local para a orquestra ensaiar e se apresentar.
No retorno, visivelmente impressionado, o governador foi instado por Marcos Mendonça a aprovar o projeto, já elaborado, de transformar a desativada Estação Júlio Prestes na grande sala de concertos e sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.
Somente ao regressarmos ao Palácio dos Bandeirantes, o governador Mario Covas acedeu e concordou com a grande obra, inaugurada a 9 de julho de 1999.
Estamos sugerindo, sem custo para o Estado, a elaboração de duas esculturas, do governador e do maestro, em tamanho natural, o primeiro entregando a batuta ao maestro e dizendo: “Aí está sua sala!”
Marcos Arbaitman, empresário, ex-secretário de Esportes e Turismo no Estado de São Paulo


Pe. José Maurício

Sou assinante desta excelente revista e gostaria que os senhores publicassem a seguinte carta: Ontem (13 de julho) assisti à Missa de Santa Cecília, do Pe. José Maurício Nunes Garcia, na Sala São Paulo, com os músicos do Festival de Campos de Jordão, solistas e o Coro Acadêmico da Osesp. O grupo foi dirigido pelo grande regente Ricardo Kanji, que, com essa execução, reparou uma falha da Osesp: ter ignorado durante vinte anos esta obra-prima do maior compositor das Américas antes do século XX. Kanji, aliás, muito tem contribuído para o resgate de nossa música colonial. Instrumentistas, coro e solistas foram todos excelentes. O solo de Marília Vargas (Laudamus te), de uma dificuldade técnica incrível, foi executado com primor. Ao fim da apresentação, parafraseei mentalmente a afirmativa de Juan Luis Arsuaga citada no brilhante artigo de João Marcos Coelho, “A música como antídoto” (Revista CONCERTO 262, edição de julho, nº 262): “Nós, brasileiros, alguma coisa fizemos errado, mas ainda temos tempo. Temos Pe. José Maurício. Não é pouco”.
Valter Lellis Siqueira, por e-mail


Revista CONCERTO

É sempre uma alegria quando recebemos a Revista CONCERTO: completa, bem feita, com ótimos artigos e muitas informações. Parabéns! 
Júlia Esquier Fraud, por e-mail