Osesp vai celebrar 250 anos de Beethoven em sua temporada 2020

por Redação CONCERTO 01/10/2019

Em 2020 o mundo musical vai celebrar os 250 anos de Beethoven. E a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo escolheu o compositor como tema de sua nova temporada, anunciada agora pela manhã na Sala São Paulo, que terá preços até 17% menores do que no ano passado (mais informações aqui).

O ano Beethoven para a Osesp começa, a rigor, ainda em 2019, em dezembro, quando Marin Alsop rege a Sinfonia nº 9 como parte de um projeto do Carnegie Hall que prevê a leitura da obra em todos os continentes por diferentes orquestras, com o texto da Ode à alegria de Schiller traduzido para o idioma local.

Por causa disso, a Nona ficou de fora da integral das sinfonias prevista para 2020, já sob o comando do novo diretor musical e regente titular, o maestro suíço Thierry Fischer. Fischer rege também Missa solene, que abre a temporada em março, com Atalla Ayan e Kismara Pessatti entre os solistas. Outras obras para coro e orquestra também estão na programação: Richard Armstrong rege a Missa em dó maior; Alexander Liebreich, o oratório Cristo no monte das Oliveiras; e Cláudio Cruz, a Fantasia coral. Nas apresentações comandadas por Cruz, aliás, a orquestra toca também o Concerto tríplice, com solos do próprio maestro e violinista, do pianista Ricardo Castro e do violoncelista Antonio Meneses.

De volta às integrais, há os cinco concertos para piano e orquestra, com um time de pianistas convidados. No primeiro deles, toca Alexander Melnikov, regido por Arvo Volmer (Melnikov também faz recital ao lado do pianista Andreas Staier); no segundo, Louis Lortie, com Fischer; no terceiro e no quarto, Jean-Efflam Bavouzet rege e atua como solista; e, no quinto, Paul Lewis, com Stefan Blunier – o inglês vai interpretar também as Variações Diabelli.

Além dos concertos, a Osesp vai promover a integral com as 32 sonatas para o instrumento, que serão tocadas em recitais ao longo de todo o ano por Lewis, Lortie, Staier, Melnikov, Bavouzet, pelo turco Fazil Say, além de diversos pianistas brasileiros: Aleyson Scopel, Pablo Rossi, Ronaldo Rolim, Sonia Rubinsky, Olga Kopylova, Eduardo Monteiro, Leonardo Hilsdorf e Lucas Thomazinho.

Antonio Meneses fará toda a obra para piano e violoncelo do compositor ao lado de Ricardo Castro. O Quarteto Osesp vai tocar os últimos seis quartetos de cordas; o chinês Ning Feng será o solista no Concerto para violino (com Vassily Sinaisky regendo); e estão programadas as aberturas Leonora (nº 1 e nº 3), Egmont, Namensfeier, Coriolano e o Canto elegíaco para coro e orquestra de cordas (regência de Cláudio Cruz).

E a Osesp separou, ainda, obras inspiradas em Beethoven: Testament, de Brett Dean; The Nine Symphonies, de Louis Andriessen; e as Variações temporais, de Ronaldo Miranda.

Thierry Fischer durante concerto com a Osesp [Divulgação /Isabela Guasco]
Thierry Fischer durante concerto com a Osesp [Divulgação /Isabela Guasco]

Além de Beethoven

Thierry Fischer, em seu primeiro ano com o grupo, fará concertos nos quais a música do século XX e do século XXI têm presença marcante, com obras como as Cinco peças para orquestra (as de Schoenberg e as de Webern), as Três peças para orquestra de Alban Berg, as Notations, de Pierre Boulez, a estreia latino-americana de uma nova obra para violoncelo e orquestra de Tristan Murail (com solos de Jean-Guihen Queyras) e a estreia mundial de uma das encomendas do ano da Osesp, Ojí – chegança e ímpeto, de Paulo Costa Lima. Alsop, regente de honra a partir de 2020, faz dois concertos com o grupo: em um deles, o destaque é Matias, o pintor, de Hindemith; no outro, a Sinfonia nº 6, Trágica, de Mahler.

O compositor visitante do ano será o australiano Brett Dean, que vai escrever uma obra sob encomenda da Osesp para viola, violino e orquestra, a ser estreada pelo artista residente, o violista francês Antoine Tamestit, e pela violinista Isabelle Faust. As demais encomendas do ano são: Cartas portuguesas, de João Guilherme Ripper, para soprano e orquestra (com regência de Pedro Neves, solos de Camila Titinger e direção cênica de Jorge Takla); Inferno, de Nuno da Rocha, para orquestra e coro (regência de Giancarlo Guerrero, em programa que tem também o Réquiem de Mozart); Salseando, de Roberto Sierra, um concerto para trompete encomendado em parceria com a Royal Philharmonic Orchestra (com Guerrero e solos de Pacho Flores); e a Sinfonia pastoral, de Nailor Azevedo (Proveta).

Outros destaques do ano incluem Robert Treviño regendo a Sinfonia doméstica de Strauss (dele, Fischer comanda a leitura de Assim falou Zaratustra); Alexander Shelley em programa francês, com destaque para peças de Lili Boulanger; Vassily Sinaisky e a Música do velho circo russo, de Rodion Shchedrin; Richard Armstrong e a Sinfonia nº 8 de Bruckner; Arvo Volmer e a Quinta de Sibelius; David Robertson e a Sinfonietta de Janácek; Alexander Liebreich com a Sinfonia nº 3; Stefan Blunier com o Concerto para orquestra de Lutoslawsky; Neil Thomson com o Maracatu de Chico Rei de Mignone e a Alvorada na serra, pelo centenário de morte de Alberto Nepomuceno; e música barroca com Luis Otávio Santos para encerrar o ano. A Osesp segue ainda com a gravação dos Choros de Guarnieri, com Isaac Karabtchevsky.

Clique aqui e veja a temporada 2020 completa da Osesp

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