Soprano brasileira Anna Beatriz Gomes é destaque em ópera na Suíça

Cantora interpreta o papel-título no monólogo-ópera O diário de Anne Frank, de Grigori Frid, em produção do Theater Orchester Biel Solothurn

A soprano brasileira Anna Beatriz Gomes estreia hoje o papel-título de Anne Frank no monólogo-ópera O diário de Anne Frank, de Grigori Frid, no Theater Orchester Biel Solothurn, na Suíça. Mestre em canto lírico-ópera pela Hochschule der Künste Bern, Anna é ex-integrante do Operastudio Biel/Bern e da Academia de Ópera do Theatro São Pedro, em São Paulo. Radicada na Europa há quatro anos, a cantora vem se destacando em diversos papéis de relevo em produções na Suíça, Alemanha e Itália.

Composta em 1969, a ópera de Frid baseia-se em trechos do célebre diário da jovem judia Anne Frank, testemunho marcante do período do Holocausto. Em 21 breves episódios musicais, o compositor russo cria uma narrativa de intensa carga emocional, que alterna momentos líricos e rítmicos para expressar as angústias, sonhos e esperanças de Anne durante o confinamento em Amsterdã. A nova encenação, assinada pela diretora suíça Isabelle Freymond e com direção musical de Francis Benichou, é apresentada em versão para conjunto de câmara elaborada pelo próprio compositor.

A temporada 2024/2025 de Anna Beatriz inclui também o retorno ao papel de Eliza Doolittle, em My Fair Lady, no Aalto-Musiktheater Essen, na Alemanha – papel que já havia interpretado com sucesso na temporada anterior. No Theater Orchester Biel Solothurn, a cantora vem consolidando uma trajetória marcada pela versatilidade e presença cênica vibrante, em produções como Heidi feiert Weihnachten, de Fabian Müller, e Ulysses, de Reinhard Keiser.

Em 2022, Anna venceu o Concurso de Jovens Artistas do Trentino Music Festival, na Itália, onde retomou o papel da Rainha da Noite de A flauta mágica, de Mozart, e fez sua estreia como Virtù em L’incoronazione di Poppea, de Monteverdi. No Brasil, destacou-se como solista da Orquestra Bachiana Filarmônica, sob direção de João Carlos Martins, e integrou o elenco da Academia de Ópera do Theatro São Pedro, sob a direção musical de André dos Santos, onde iniciou sua formação profissional aos 18 anos. Ali estreou papéis como Ernestine em Monsieur Choufleuri, Barbarina em Le nozze di Figaro, Papagena em A flauta mágica, Clorinda em La Cenerentola e Emmie em Albert Herring – esta última apresentada também no Festival de Inverno de Campos do Jordão.