Migração para o anexo I, conforme proposta do governo, prejudicaria atividade musical global, já que o pau-brasil é matéria prima para arcos de violinos, violas, violoncelos e contrabaixos
O Fórum Brasileiro de Ópera, Dança e Música de Concerto (Fórum-ODM) lançou um abaixo-assinado em defesa da manutenção do pau-brasil no Anexo II da Cites – Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas de Extinção. A iniciativa se contrapõe à proposta do governo brasileiro de transferir a espécie para o Anexo I, classificação mais restritiva, que será discutida na COP 20 da Cites, em novembro de 2025, no Uzbequistão.
A petição afirma que o pau-brasil é a matéria-prima insubstituível para a fabricação de arcos de instrumentos de cordas, essenciais ao som de orquestras em todo o mundo. A classificação atual, em vigor desde 2007, é considerada suficiente para proteger a espécie, desde que acompanhada de fiscalização eficaz e medidas de replantio.
O Fórum-ODM alerta que a migração para o Anexo I não traria benefícios adicionais à preservação ambiental e, em contrapartida, criminalizaria o transporte internacional de arcos, afetando milhões de músicos e dificultando a realização de turnês e masterclasses. A petição também critica a proposta de criação de um “Passaporte Musical Brasileiro” para mitigar os impactos, considerando-a burocrática, de eficácia duvidosa e inaplicável para o registro dos arcos já existentes.
Concretamente, a petição propõe que o pau-brasil seja mantido no Anexo II da Cites; que dentro do regramento atual (Anexo II), o Ibama “implemente medidas eficazes de fiscalização e rastreamento, além de regulamentar o replantio do pau-brasil”; e que se inicie e fomente “uma campanha nacional junto às orquestras e instrumentistas do Brasil em defesa da preservação da Mata Atlântica e do pau-brasil”.
“Defendemos a proteção do pau-brasil através de medidas eficazes sem comprometer a continuidade e a circulação da música clássica”, conclui o texto.
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