Vikingur Ólafsson toca as ‘Variações Goldberg’ , de Bach, na Sala São Paulo

por Redação CONCERTO 26/04/2024

O pianista Vikingur Ólafsson, após concertos com a Osesp nos dias 25, 26 e 27, sobe ao palco da Sala São Paulo no domingo para interpretar uma obra-chave do repertório, as Variações Goldberg, de Bach. O músico lançou recentemente uma gravação da obra. 

Em entrevista ao jornalista Irineu Franco Perpetuo, publicada na edição de abril da Revista CONCERTO, Ólafsson falou da importância de Bach em sua trajetória. Segundo ele, o compositor mudou a sua relação com o piano. 

“Conheci as Variações Goldberg aos 14 anos, e elas mudaram minha maneira de pensar a respeito de Bach. Até então, eu gostava de sua música, mas não a amava. Meus professores de piano usaram-na desde cedo para me ensinar boas maneiras musicais... tocar Bach era seguir todos os tipos de regras. Daí obtive a gravação de 1955 de Glenn Gould e fiquei absolutamente surpreso. Compreendi a partir da abordagem incrivelmente espontânea, contudo disciplinada, de Gould que Bach não era apenas rigoroso, era também um grande poeta. A música podia ser muitas coisas, divertida, virtuosística, filosófica, trágica, introvertida, extrovertida....”, disse. 

“Comecei a estudar a obra já naquela época, mas não terminei, e nunca toquei. Voltei a ela aos vinte e poucos anos. Depois de terminar minha educação musical na Juilliard, aos 24 anos, achei que tocar Bach realmente podia me ajudar a melhorar e crescer como músico – afinal, não há pensamento oculto ou fora de foco, ou passagem borrada; Bach revela sua base fundamental como músico. Então sua música me ajudou a me tornar meu próprio professor de música, aquela que é a principal transição na vida de qualquer músico”, completou. 

Para ele, “as Variações Goldberg são talvez a maior obra para teclado de Bach – e até de todos os tempos, com uma variedade incrível de expressão musical e desafios para o teclado. Creio que elas mudaram minha maneira de tocar piano”. 
“A beleza das Variações Goldberg é que há maneiras quase infinitas de abordá-las do ponto de vista do intérprete. O modo como as estruturas musicais de Bach se traduzem facilmente em poesia, e como a poesia está sempre se modificando, é o que faz de Bach o compositor mais importante da minha vida – e, no meu ponto de vista, o compositor mais importante que já houve”, afirma. 

Veja mais detalhes no Roteiro do Site CONCERTO

Leia também
Notícias 
Centenário da Orquestra Sinfônica da UFRJ é destaque da edição de maio da Revista CONCERTO
Notícias Tobias Volkmann estreia como diretor e regente da Orquestra Sinfônica da USP
Especial Compositoras em foco: Clarice Assad e ‘Raízes’

Vikingur Ólafsson [Divulgação]
Vikingur Ólafsson [Divulgação]

 

Curtir

Comentários

Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da Revista CONCERTO.

É preciso estar logado para comentar. Clique aqui para fazer seu login gratuito.