Dante, 700 anos de morte: dez obras inspiradas na 'Divina Comédia'

Há 700 anos morria o escritor, poeta e político Dante Alighieri, autor da Divina Comédia, que se tornaria a base da língua italiana moderna. É uma das obras mais marcantes da cultura ocidental. Nela, Dante narra sua viagem pelo Inferno, pelo Purgatório e pelo Paraíso. Nos dois primeiros casos, é acompanhado pelo poeta romano Virgílio; no terceiro, por sua amada Beatriz. Nesse caminho, Dante nos apresenta diversas personagens que, ao lado das descrições vívidas dos cenários visitados, provocaram a imaginação de grandes compositores. E o resultado é uma lista de obras marcadas por sua influência, das quais o Site CONCERTO fez uma seleção.

Après une lecture du Dante: Fantasia quasi sonata, de Liszt
Franz Liszt escreveu a peça para piano no final dos anos 1830 e a revisou uma década depois. A música passeia pela Divina Comédia, descrevendo, por exemplo, o lamento das almas no inferno, a figura do Diabo, a alegria do Paraíso e Beatriz.

Sinfonia Dante, de Liszt
O fascínio de Liszt pela obra de Dante também levou à composição da Sinfonia Dante. O primeiro movimento, Inferno, é inspirado pelos portões e círculos do inferno. Já o segundo movimento, Purgatório, retrata a subida de Dante e Virgílio ao Purgatório.

Quatro peças sacras, de Verdi
As peças corais foram escritas a partir de diferentes fontes. A terceira delas, Laudi alla  Vergine Maria, é inspirada em uma oração no Canto XXXII do Paraíso de Dante. É escrita para quatro vozes femininas, sem acompanhamento instrumental.

Francesca da Rimini, de Tchaikovsky
O compositor russo escreveu um episódio sinfônica inspirado em uma das mais célebres personagens da Divina Comédia: Francesca da Rimini, que no Inferno permanece junto a seu amante Paolo, despertando tamanha piedade em Dante que o faz “tombar como tomba um corpo morto”.

Francesca da Rimini, de Rachmaninov
A história de Francesca e Paolo despertou a imaginação de outros compositores, que a levaram ao palco da ópera. O primeiro deles foi Sergei Rachmaninov, que baseou-se em 1905 em um libreto escrito por Modest, irmão de Tchaikovsky.

Francesca da Rimini, de Zandonai
Oito anos depois, foi a vez do compositor italiano Riccardo Zandonai criar sua versão, que se inspirou em uma releitura feita pelo poeta italiano Gabrielle D’Annunzio. É até hoje sua obra mais conhecida e interpretada.

Gianni Schicchi, de Puccini
O compositor chegou a contemplar a ideia de uma trilogia inspirada na Divina Comédia, mas dela tirou apenas a comédia Gianni Schicchi, que acabaria formando um trio com Suor Angelica e Il tabarro.

Dante, de Enrique Granados
“Ao escrever Dante, não foi minha intenção espelhar o texto da Divina Comédia, linha por linha, mas oferecer minhas impressões de uma vida e de uma obra”, escreveu Granados sobre o poema sinfônica, apresentado pela primeira vez em 1908.

Fantasia sinfônica e fuga, de Max Reger
Como diz o próprio nome da obra, Reger dá ao órgão uma escala sinfônica e, não por acaso, essa se tornou símbolo da sua escrita para o instrumento. E foi o próprio compositor que afirmou ter se inspirado em Dante, com autores se referindo à obra como Fantasia-inferno.

La voce dell’inferno, de Salvatore Sciarrino
O compositor italiano Salvatore Sciarrino escreve algumas obras inspiradas em Dante. Entre elas, La voce dell’inferno, para voz e fita magnética, que explora musicalmente o que o autor chama de “sobreposição dos pontos de vista do leitor e do poeta”.

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