Sala Cecilia Meireles anuncia volta do público e agenda 2021 variada

por Luciana Medeiros 24/02/2021

Retorno será feito de acordo com protocolo de segurança sanitária, com 30% da capacidade da plateia; agenda de concertos tem diferentes séries e atenção especial à música brasileira

No dia 5 de março, aniversário de Villa-Lobos, a Sala Cecilia Meireles abre sua temporada 2021 voltando a receber o público.O diretor da sala, o compositor João Guilherme Ripper, apresentou nessa manhã de 24 de fevereiro uma programação robusta, baseada principalmente nos compositores brasileiros e privilegiando a música de câmera. Serão seis séries de três Festivais, além de projetos como o Conversas na Sala e o programa de formação de gestores. 

As transmissõs online da Sala Digital não deixarão de acontecer, ao menos uma vez por mês. “Esse é um formato que veio para ficar”, ressaltou o presidente da Funarj José Roberto Gifford, também presente à entrevista. “Foi um ano muito complicado o que passou, tivemos que reinventar a sala para que ela continuasse”, lembra Ripper.

De março a dezembro, portanto, a casa volta a receber o público – a princípio, e até quando for necessário, no limite de 30% da plateia, somando um máximo de 240 pessoas. 

“Os protocolos sanitários serão obedecidos à risca”, garantiu Ripper. “Na plateia, na circulação do público, no palco e nos bastidores.” Máscaras obrigatórias, higienização dos ambientes, distanciamento e checagem de temperatura corporal estão previstos. A instituição continua com o patrocínio master da Petrobras, que assinou com os Amigos da Sala um financiamento trienal de R$ 3 milhões.

A temporada “vai se adensando a partir de julho”, prevê Ripper, na esperança de que as questões do contágio estejam sendo solucionadas nesse ponto. 

O investimento na formação de gestores para a área do clássico volta a acontecer em 2021, depois de um piloto ano passado. Alunos indicados por professores das escolas de música serão treinados pela equipe ne acompanham a realização de espetáculos. A Funarj também anunciou o lançamento esse ano de editais de apoio a grupos de câmera já existentes. 

Programação

A abertura da temporada, nos dias 5 e 6 de março, terá a Orquestra Petrobras Sinfônica, sob regência da maestrina Priscila Bomfim e com solos da pianista Erika Ribeiro, inaugurando a Série Orquestras.

Na mesma série, apresenta-se, em abril, a Orquestra Sinfônica da UFRJ, com a violinista Priscila Rato e o maestro Evandro Matté em programa com obras de Tacuchian, Mendelssohn e Dvorák. Em julho, é a vez da Petrobras Sinfônica com o maestro Ira Levin, a harpista Liuba Kletsova e obras de Respighi, Debussy e Gnattali; em agosto, da Sinfônica de Barra Mansa; e, em agosto, novo concerto da Sinfônica da UFRJ, agora com André Cardoso regendo Claudio Santoro, Ernani Aguiar, John Corigliano, Dimitri Cervo e Alexandre Schubert.

A Série Pianistas também começa em março, com Pablo Rossi e Cristian Budu, e continua com recitais de Eloise Bella Kohn (junho), Marcelo Bratke (julho), Jodyline Gallavardin (setembro) e Ligia Moreno (outubro). O piano é destaque também em outros momentos do ano: Aleyson Scopel faz, por exemplo, a integral das sonatas para piano de Almeida Prado em dois recitais em outubro, gravando em seguidas as peças para o selo Naxos.

A abertura da Série Grandes Recitais se dá com a presença do violonista Fábio Zanon, em recital em março no qual vai homenagear Julian Bream. E ela segue com a presença na sala da soprano portuguesa Carla Caramujo, em recital no qual será acompanhada da pianista Priscila Bomfim, em agosto.

A música de câmara tem lugar de destaque na agenda. Em março, o Trio Aquarius homenageia Edino Krieger e o Harmonitango, o argentino Astor Piazzolla. Em abril, a soprano Gabriella Pace interpreta Eli-Eri Moura e Schubert acompanhada de Katia Baloussier; Doriana Mendes e José Wellington, entre outros músicos, relembram Dawid Korenchendler; e Jean-Louis Steuermann interpreta Enoch Arden, de Strauss, com Daniel Herz como narrador. O quarteto formado pelos pianistas Giulio Draghi e Flavio Augusto e os percussionistas Pedro Sá e Janaína Sá é a atração de maio e, em junho, mais um quarteto, agora formado por Emmanuele Baldini, Horacio Schaffer, Rafael Cesario e Lucas Thomazinho (obras de Saint-Saëns e Chausson).

No segundo semestre, a série de câmara segue com importantes compromissos. Em julho, o Trio Porto Alegre interpreta obras de Nepomuceno Ravel. E, em agosto, diversas atrações. Um quarteto formado por Camila Titinger, Luisa Francesconi, Daniel Umbelino e Licio Bruno canta obras para quarteto vocal de Schumann e Brahms; o Madrigal Contemporâneo interpreta peças de Gustavo de Sá e Alexandre Schubert; Emmanuele Baldini se une a Pablo Rossi para lançar CD com as sonatas para violino e piano de Villa-Lobos; e, em dois recitais, Jed Barahal e Christina Margotto realizam a integral da obra para violoncelo e piano de Beethoven. Por fim, em setembro, o Quarteto Radamés Gnattali toca Krieger, Guerra-Peixe, Ronaldo Miranda e Piazzolla.

A programação da Sala também terá festivais temáticos. Em agosto, acontece o Festival da Música Brasileira na Belle Époque, com Daniel Guedes e Simone Leitão. Em setembro, o Festival Cantares, com recitais de canto e piano que vão levar ao palco duos como os formados por Fernando Portari e Paula da Mata (que interpretam Die schöne Müllerin, de Schubert), Eliane Coelho e Luis Gustavo Carvalho (programa de autores russos) e Homero Velho e Ricardo Ballestero (Winterreise, de Schubert).

Encerrando o ano, em novembro e dezembro, acontece o Festival Sala Contemporânea, com a participação de artistas e grupos como Felipe Prazeres e Isaac Karabtchevsky (obras de Liduino Pitombeira, Britten e Eurico Carrapatoso); Marina Spoladore (obras de Takemitsu, Berg, Almeida Prado e Ligeti); Quinteto Villa-Lobos (obras de Ronaldo Miranda, Mario Tavares e outros compositores brasileiros); Doriana Mendes (obras de Obras de Cacilda Borges Barbosa, Erik Satie, Antonio Guerreiro, Berio, Almeida Prado e George Crumb); e Abstrai Ensemble (Arthur Kampela, Alexandre Lunski, Rodrigo Cicchelli, Zulema de laCruz, Stockhausen e Maurício de Bonis). A sala também vai abrigar a programação da Bienal de Música Contemporânea Brasileira. E promover a Sala Jazz, com artistas como Livia Nestrovski, André Mehmari e Francis Hime.

Clique aqui para conhecer a temporada completa da Sala Cecília Meireles.

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Plateia da Sala Cecília Meireles, com demarcação de lugares que não poderão ser usados pelo público [Divulgação]
Plateia da Sala Cecília Meireles, com demarcação de lugares que não poderão ser usados pelo público [Divulgação]

 

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