Martyn Brabbins rege a Osesp e enfrenta corte de verbas em Londres

O maestro britânico Martyn Brabbins rege a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo esta semana, com o pianista Jean-Efflam Bavouzet como solista. O programa tem o Concerto nº 12 de Mozart e a Sinfonia nº 2 de Vaughan Williams.

Brabbins é diretor da English National Opera e, em Londres, tem enfrentado cortes anunciados pelo governo britânico no financiamento às artes (Simon Rattle também se pronunciou recentemente sobre a questão; leia aqui). No caso da ENO, porém, o governo também determinou que ela deixe Londres e se instale em outra cidade do país, sem definir ou explicitar as condições em que isso deve ocorrer. 

Sobre o assunto, Brabbins publicou nesta quinta-feira, dia 25, um artigo no The Times. “Esta semana, a ENO submete o seu pedido de financiamento para o período 2024-26 ao Arts Council England (ACE). A ENO é reconhecida internacionalmente pela inovação operística, mas receio que a experiência que a companhia se prepara para empreender não só ponha em causa essa reputação como ponha em risco a própria existência de uma das instituições artísticas únicas e insubstituíveis do Reino Unido, para não falar dos talentos que existem dentro dele”, escreve o maestro.

“A exigência do ACE, caso você precise lembrar, é que a ENO saia de sua casa, o London Coliseum, e se mude para uma base ainda não especificada fora de Londres – Manchester, Liverpool, Birmingham ou Nottingham, talvez. Um movimento subplanejado e subfinanciado representa uma ameaça inequívoca ao sucesso contínuo desta potência operística, juntamente com os meios de subsistência dos músicos e suas família”, continua o texto. 

"Cresci em uma propriedade municipal em Midlands, beneficiei-me de merenda escolar gratuita e conheço em primeira mão o enorme impacto que o acesso a uma oferta artística de qualidade (bem como aulas gratuitas de instrumentos) pode ter em um jovem. Eu sou a última pessoa que resistiria a ampliar o acesso às artes. Embora absolutamente nenhum de nós seja contra a ideia de expandir o alcance da grande ópera em todo o país, sem financiamento adequado e anos de planejamento estratégico para tal transição, corremos o risco de não conseguir entregar a qualidade ou a escala de desempenho que sabemos que qualquer cidade parceira esperaria.”

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