Orquestra Ouro Preto encena ópera ‘Feliz ano velho’ em Belo Horizonte

A Orquestra Ouro Preto apresenta nos dias 22 e 23, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, a ópera Feliz ano velho, de Tim Rescala, baseada no livro de Marcelo Rubens Paiva. É a terceira colaboração entre a orquestra e o compositor: antes, foram produzidas as óperas Auto da Compadecida e Hilda Furacão. 

De olho em uma terceira ópera, dois anos atrás Rodrigo Toffolo, diretor do grupo, procurou o escritor Marcelo Rubens Paiva, autor de Feliz ano velho, um de seus livros preferidos, que toca em um tema que lhe é caro: a ideia da arte como salvação. O livro autobiográfico aborda, entre outros temas, o acidente que deixou o escritor tetraplégico. 

“Ter um personagem principal vivo era também um caminho natural nesse percurso que começou com Ariano, passou por Drummond e chegou a Marcelo”, diz o maestro, que ressalta: a ideia surgiu antes de ele saber que estavam rodando o filme Ainda estou aqui, sobre a mãe de Rubens Paiva. “Veio então o sucesso e a repercussão toda. Demos uma sorte danada.”

“Desde a primeira vez que li o livro, fiquei impressionado com a força de uma obra em que a amizade, as relações familiares e o afeto são capazes de mobilizar uma pessoa em busca de uma reabilitação tão profunda. É um livro que relata uma história de coragem e superação, com uma narrativa impregnada de juventude”, completa Toffolo.

Segundo ele, na música, Rescala fez escolhas como usar uma guitarra elétrica para lembrar o rock brasileiro dos anos 1980, importante na trajetória de Marcelo Rubens Paiva. “O diálogo com o Tim é sempre muito bom. E Feliz ano velho tem momentos bastante especiais, como uma valsa para cadeirantes, da qual participam cadeirantes de uma instituição de Belo Horizonte, que ajudaram a criar a cena.”

A direção cênica do espetáculo é de Julliano Mendes. No elenco, estão cantores como Johny França (Marcelo), Jabez Lima (Rubens Paiva) e Marília Vargas (Eunice Paiva). 

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