Na quarta-feira, dia 25 de junho, foi anunciada em Lisboa a programação da edição 2025 do Festival de Ópera de Óbidos (FOO), que acontece de 6 a 21 de setembro na cidade portuguesa. A diretora artística do festival, a soprano Carla Caramujo, se juntou ao presidente da Câmara Municipal de Óbidos, Filipe Daniel, ao presidente da ABA – Banda de Alcobaça, Associação de Artes, José Rafael Rodrigues, e a Teresa Cochito, presidente do Círculo Richard Wagner Portugal, para o anúncio.
Esta terceira edição do evento anual começará com uma Gala dedicada a Bizet, cujo falecimento completa 150 anos em 2025, no Parque Tecnológico de Óbidos. Serão apresentados trechos das principais óperas – como Carmen e Pescadores de pérolas – e a Ode Sinfônica Vasco da Gama, composta pelo francês em 1859 em homenagem ao navegador português.
O elenco tem Cláudia Ribas (mezzo-soprano), João Fernandes (baixo), Marco Alves dos Santos (tenor), Beatriz Maia (soprano), com a Orquestra de Câmara Portuguesa sob direção de Pedro Carneiro, e o Coro Sinfónico Lisboa Cantat dirigido por Jorge Carvalho Alves. No dia 11, Sofia Marafona (soprano) e Duarte Pereira Martins (piano) se apresentam no Museu Abílio de Mattos e Silva em recital de Jovens Talentos.
Segue-se um programa duplo, nos dias 13 e 14, sábado e domingo, no histórico Convento São Miguel. As encenações são do brasileiro André Heller-Lopes e a direção de arte, de Nuno Esteves. O double bill traz a ópera O lobo, a menina e o caçador, de Vasco Mendonça e Gonçalo M. Tavares, revisitando contos de fadas, com Lara Rainho e Mariana de Sousa (sopranos) e Logan Lopez Gonzalez (contratenor), à frente de um ensemble de músicos da Orquestra de Câmara Portuguesa. “Essa produção, inclusive, terá uma estreia no Brasil antes do festival”, avisa Carla Caramujo. “Em agosto, será apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, uma versão semiencenada mas já em coprodução do FOO.”
A segunda ópera é L’enfant et les sortilèges, de Maurice Ravel com libreto da escritora e intelectual Colette, celebrando 100 anos de estreia – na Ópera de Montecarlo – e os 150 anos nascimento de Ravel. No elenco da pequena ópera de fantasia e lirismo, em que os brinquedos e animais ganham vida, estão Ana Sofia Ventura, Joana Santos e Marina Pacheco (sopranos), Ana Ferro, Cláudia Ribas e Inês Constantino (mezzo-sopranos), João Pedro Cabral (tenor), Tiago Amado Gomes (barítono) e Rodrigo Calais (baixo), com a Orquestra de Câmara Portuguesa (direção de Pedro Carneiro) e o Coro Voces Cælestes (Sérgio Fontão, direção musical).
Esse fim de semana busca receber um público de todas as idades, com uma conferência pré-espetáculo e, entre as récitas, uma experiência imersiva com instalações artísticas e atividades lúdicas nos espaços ao ar livre do Convento.
No dia 18, a medieval Óbidos chega à música contemporânea com a ópera Café Europa na Praça da Criatividade, dentro do projeto Sounds of Change (Europa Criativa). O libreto do português Alexandre Honrado, nascido em 1960, ganhou música do austríaco Christoph Renhart, de 39 anos. A Orquestra Académica Filarmônica Portuguesa, com André Lousada na direção musical, acompanha Mae Heydorn (mezzo-soprano), Harald Hieronymus Hein e Antoin Herrera-Lopez Kessel (barítonos), Antonio Signorello (tenor) e Chloé Leruth (soprano).
O encerramento do festival, dias 20 e 21 setembro, tem outro double bill no Convento São Miguel, trazendo a bem-humorada Il Segreto di Susanna, do italiano Ermanno Wolf-Ferrari, composta em 1909, e El amor brujo, de Manuel de Falla, cuja versão para orquestra e vozes estreou há cem anos.
Os solistas João Merino (barítono) Ana Vieira Leite (soprano), Maria Luísa de Freitas (mezzo-soprano), entre outros, se juntam à Orquestra Filarmónica Portuguesa nesse programa com encenação de Max Hoehn.
“O Brasil é um país que eu trago no coração”, ressalta a diretora do festival. “E a vinda de André Heller-Lopes espelha o desejo de estreitar sinergias com o meio operático brasileiro. Queremos que o público brasileiro de visita ou residente em Portugal se sinta em casa!”
A ABA – Banda de Alcobaça Associação de Artes – é organizadora em parceria com a Câmara Municipal de Óbidos, com o apoio da Direção Geral das Artes (órgão correspondente ao Ministério da Cultura), patrocínio da Égide e apoio do BPI/Fundação “la Caixa” e do Círculo Richard Wagner Portugal.
![Vista da cidade de Óbidos, em Portugal [Divulgação/Turismo de Óbidos]](/sites/default/files/inline-images/w-obidos.jpeg)
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