Pianista Karin Fernandes lança single e grava três novos álbuns

por João Luiz Sampaio 11/05/2021

A pianista Karin Fernandes lança nesta sexta-feira, dia 14 de maio, um single com sua interpretação da canção Coração, de Marcello Tupynambá. É a primeira faixa de seu primeiro álbum digital – que, por sinal, não será o único: a artista está trabalhando atualmente na gravação de três discos, e já planeja um quarto para o segundo semestre.

Coração foi interpretada no arranjo feito pelo pianista Hercules Gomes. E ganhou um vídeo, feito pela própria artista, cujo interesse pela fotografia tem estado presente no trabalho gráfico de seus projetos.

Na entrevista abaixo, ela fala sobre o single, as novas gravações e as vantagens e problemas do formato digital.

Como surgiu a ideia de lançar o single?
O single surgiu quando comecei a pensar em lançar meu primeiro álbum digital. E por que não um single com uma das faixas do álbum? É um investimento baixo, e o single já é um demonstrativo do que será o álbum futuramente, inclusive ajudando na divulgação. Esse single que estou lançando é um arranjo feito pelo Hercules Gomes para essa canção do Marcello Tupynambá, Coração. Um dia assisti o Hercules tocando esse arranjo e gostei muito. Pedi a partitura, mas ele nunca escreveu esse arranjo. Então tirei de ouvido, como dizem os músicos populares. Essa canção foi gravada por algumas vozes brasileiras importantes do século passado, como Silvio Caldas e Francisco Magno. Inclusive o Hercules se inspirou no arranjo feito para o Silvio Caldas.

Quais os demais projetos de CDs nos quais você está trabalhando?
Olha... Se eu falar para você que estou gravando três álbuns simultaneamente, e no segundo semestre começarei a gravar um quarto, você acredita? Uma amiga me disse que sou hiperativa. Acho que não, apenas vejo possibilidades. Pois bem, agora estou gravando um álbum de música contemporânea, um outro álbum com música brasileira do Século XIX, mais um outro álbum com a integral das peças para piano do compositor Dimitri Cervo, a convite dele, e no segundo semestre (pensando em lançar em 2022), começarei um quarto álbum com os 18 Études pour virtuoses do Arthur Napoleão, a maioria ainda sem nenhuma gravação comercial, por incrível que pareça.

Com a pandemia, estamos vendo como nosso meio de trabalho é extremamente frágil

Todos eles no formato digital?
Ficou tudo muito mais fácil. Para lançar um álbum digital você não precisa masterizar o áudio como faz para um CD, você não precisa de um encarte, apenas de uma foto de capa, você não gasta com gráfica e fábrica de CDs. Sempre gostei de fotografia, provavelmente eu mesma farei as capas dos meus álbuns daqui para frente. Ou seja, de certa forma, gravar e lançar um álbum ficou muito mais fácil e barato. Por outro lado, e é aí que vem o lado ruim da coisa, para quem grava o gasto é pequeno, mas da mesma forma o ganho financeiro é praticamente inexistente. E com a pandemia estamos vendo como nosso meio de trabalho é extremamente frágil. É verdade que essa forma de se lançar música sobrevive alimentada por um mercado exterminador de empregos e de renda fruto do trabalho de várias categorias musicais e/ou ligadas à música. Mas particularmente não tenho visto muita saída, principalmente pela questão financeira reduzida e praticidade que um álbum digital exige para sua produção. Talvez um dia, quem sabe, consigamos equilibrar essa balança. 

Você também está trabalhando no álbum Cria II, segundo volume de um projeto dedicado à produção atual de compositores brasileiros.
Sim, um dos álbuns que estou gravando é o Cria – nova música brasileira para piano volume II. Neste álbum estarão peças de Silvio Ferraz (inédita), Marisa Rezende, Rodrigo Lima (inédita), Silvia de Lucca, Heber Schunemann (inédita), e dos jovens Carlos dos Santos (inédita) e Fernando Dias Gomes (inédita).

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A pianista Karin Fernandes [Divulgação/Karin Fernandes]
A pianista Karin Fernandes [Divulgação/Karin Fernandes]

 

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