CONCERTO | Maria Pia Piscitelli canta cenas da Trilogia Tudor, de Donizetti

Gaetano Donizetti não imaginou as óperas Anna Bolenna, Maria Stuarda e Roberto Devereux como uma trilogia. Mas elas acabaram sendo batizadas, dois séculos depois, de Trilogia Tudor – com três grandes rainhas como protagonistas, personagens fortes capazes de atrair intérpretes como Maria Callas e mais recentemente Sandra Radvanovsky e Maria Pia Piscitelli, que neste domingo, dia 25, faz concerto com as cenas finais das óperas no Theatro São Pedro.

Piscitelli já realizou esse repertório em teatros como o Scala de Milão, o Real de Madri e a Ópera de Viena. Em São Paulo, será acompanhada pelos músicos da Orquestra Sinfônica de Santo André e o maestro Abel Rocha. O concerto integra uma série idealizada por Paulo Ésper, da Cia. Ópera São Paulo, intitulada Ópera Italiana, que tem como objetivo não apenas a realização de concertos, mas o investimento na formação de jovens cantores brasileiros, que vão participar da apresentação ao lado de Piscitelli.

“Donizetti é o máximo representante do bel canto”, diz a soprano em entrevista ao Site CONCERTO. “Sua escrita para a voz é antes de mais nada teatral, a serviço do drama. Donizetti escrevia para uma soprano dramática de agilidade. Mas a coloratura nunca era um fim em si mesma, era uma coloratura dramática, que tinha sentido dentro do trama.”

A soprano refere-se a Maria Stuarda, Anna Bolenna e Elizabeth I como grandes personagens. Mas não esconde sua preferência. “Elizabeth é um personagem muito moderno, uma mulher que sacrifica sua vida privada pelo dever de Estado. Eu me sinto particularmente atraída pela personagem histórica”, afirma.

Piscitelli também vai apresentar a Trilogia Tudor no Rio de Janeiro, no dia 31, no Theatro Municipal, com a orquestra regida pelo maestro Ira Levin.

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Maria Pia Piscitelli em ensaio com Orquestra Sinfônica de Santo André [Divulgação / Paulo Esper]

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