Pianista Mattheus Versiani, de 21 anos, vence o Prelúdio 2023 

por Amanda Queirós 26/11/2023

Frédéric Chopin (1810-49) é o compositor favorito de Mattheus Versiani. Não surpreende, portanto, que o pianista o tenha escolhido para o repertório de todas as suas participações ao longo do Prelúdio 2023, incluindo a grande final, realizada no último sábado (25), na Sala São Paulo, no centro da capital paulista.

Ao defender o primeiro movimento do Concerto para piano nº 1 do polonês, o paulistano de 21 anos arrebatou o júri e o público, consagrando-se vencedor tanto do prêmio oficial quanto do popular na 16ª edição da competição de jovens talentos da música clássica, promovida desde 2005 pela TV Cultura.

“Nasci no mesmo dia que Chopin. Quando descobri isso, decidi que ele seria meu compositor favorito. Depois de um tempo, percebi que sua música era muito maior que essa superstição. Me sinto mais à vontade tocando-o do que qualquer outra pessoa”, disse à CONCERTO, ainda no palco, logo após a conquista. 

Mais jovem entre os quatro finalistas, Versiani foi o último a se apresentar na final, sob a regência do maestro Júlio Medaglia, para uma plateia lotada. Ele foi precedido pelo tenor carioca Ricardo Gaio, de 28 anos, que ficou em segundo lugar com a ária Recondita armonia, da ópera Tosca, de Giacomo Puccini (1858-1924); e pelos paulistanos Guilherme Frazatto e João Pedro Ferraz, ambos de 25 anos, empatados em terceiro lugar, respectivamente, com o terceiro movimento do Concerto para piano n° 2, de Camille Saint-Saëns (1835-1921), e a interpretação ao violino das Árias Ciganas op. 20, de Pablo de Sarasate (1844-1908). 

A noite fechou com uma apresentação especial de Gábor Farkas, pianista e professor da Academia Franz Liszt, executando a Fantasia sobre temas húngaros para piano e orquestra, do próprio Liszt (1811-86). Como prêmio pela vitória no Prelúdio, Versiani terá direito a uma bolsa de estudos de dois anos na instituição. “Não sei o que esperar, mas quero mesmo é conhecer cada vez mais músicos, então essa vai ser uma oportunidade incrível.”

Para o jurado Irineu Franco Perpetuo, a atuação do vencedor lembrou o estilo do também pianista Cristian Budu, laureado pelo programa em 2007. “O Mattheus nos leva a um momento em que todas as questões de técnica são transcendidas e a gente se contata diretamente com a poesia da música”, afirmou o jornalista e crítico musical.

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Mattheus Versiani durante a prova final do Prelúdio na Sala São Paulo, regido pelo maestro Júlio Medaglia [Divulgação/Íris Zanetti]
Mattheus Versiani durante a prova final do Prelúdio na Sala São Paulo, regida pelo maestro Júlio Medaglia [Divulgação/Íris Zanetti]

O jovem recebeu ainda elogios abertos do restante do júri, composto pelo professor e pianista Antonio Vaz Lemes, a professora de música e pesquisadora em percepção musical Yara Caznok e a soprano Camila Provenzale, finalista da atração na edição de 2013, para quem a interpretação foi carregada de “emoção, humildade e maturidade”. 

Versiani começou a tocar aos 8 anos e se formou em piano pela Escola Municipal de Música de São Paulo. Em 2016, ficou em terceiro lugar no Concurso Souza Lima e, em 2018, conquistou a segunda colocação no Concurso Nacional de Piano Yamaha. Atualmente, cursa o bacharelado em piano pela Universidade de São Paulo (USP).

Para além da premiação, a participação no Prelúdio representou algumas oportunidades para o rapaz. A primeira delas foi tocar pela primeira vez com orquestra após superar os 170 candidatos inscritos nas audições. Trata-se de um recorde na história da produção conduzida por Roberta Martinelli, que, nesta temporada, contou com duas apresentações de cada concorrente nas eliminatórias em vez de apenas uma.

A segunda oportunidade para o pianista foi atuar da forma como acredita. “Pensei que não seria nada fácil tocar diante das câmeras, mas elas somem na hora da apresentação. Me senti mais livre aqui do que em todos os outros concursos de que já participei. Espero apenas seguir fazendo música desse jeito, como gosto, com liberdade.”
 

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Esse Jovem pianista foi merecedor do Prêmio, graças ao Prelúdio, ele tem a oportunidade de estudar na mais renomada Academia Franz Liszt em Budapeste na Hungria, como tiveram os pianistas anteriores Cristian Budu em 2007, o Estefan Iatcekiw em 2017, o Felipe Naim em 2019, agora em 2023 Mattheus Versiani, sucesso internacional que levem a nossa Bandeira Brasileira ao redor do Mundo...

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