Thierry Fischer rege sexta sinfonia de Mahler com a Osesp

por Redação CONCERTO 22/05/2025

O terceiro programa de assinaturas do mês da Osesp traz a Sinfonia nº 6 de Mahler, conhecida como Trágica, nos dias 22, 23 e 24. Depois de realizar ciclos nas gestões de John Neschling e Marin Alsop, o grupo agora tem retornado às peças sob o comando de seu titular e diretor musical Thierry Fischer. 

Sobre a obra, Anton Webern afirmaria: “Só existe uma Sexta sinfonia, apesar da Pastoral”, referindo-se à obra de Beethoven. Ela foi escrita entre 1903 e 1904. Como afirma Bruno Walter, um dos maiores regentes da primeira metade do século XX, ainda que Mahler nunca se distancie de si mesmo, “a Sexta e a Sétima sinfonias são experimentos, de certa forma, puramente musicais”. Elas não têm textos que permitam delimitar seus sentidos e significados, que estão acima de tudo na forma.

No caso da Sexta, isso não impediu que se desse a ela certo caráter premonitório. Em seu último movimento, três batidas de martelo, com a ajuda de declarações de Alma Mahler, costumam ser entendidas como a evocação de um embate contra o destino – que o compositor perderia, uma vez que nos anos seguintes receberia três notícias trágicas: a morte da filha, a descoberta de uma doença no coração e a demissão da Ópera de Viena. 

Se Mahler anteviu as desgraças que o abateriam, essa é, naturalmente, uma questão difícil. Mas Walter chama atenção para o fato de que a música, ao contrário do que acontecera em suas obras anteriores, não parece sugerir possibilidade de resolução. “A obra nos diz não”, escreve ele. A existência é um peso – restam apenas “desespero e a noite da alma”.

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Prepare-se

O quarto e último programa de assinaturas de maio ocorre nos dias 29, 30 e 31, novamente com Fischer. De Tchaikovsky, será interpretada a Sinfonia nº 2 – Pequena Rússia, como era chamada a Ucrânia na época da composição, que estreou em 1872. Em seguida, uma seleção de obras de Debussy: Noturnos (com o Coro Feminino Acadêmico da Osesp), Rapsódia para clarinete (com solos de Sergio Burgani) e a Rapsódia para saxofone (solos de Samuel Alves).

A Osesp em concerto na Sala São Paulo [Divulgação/Osesp]
A Osesp em concerto na Sala São Paulo [Divulgação/Osesp]

 

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