Zoe Zeniodi rege obras de Holmes, Farrenc e Berlioz em Porto Alegre

A maestra convidada Zoe Zeniodi assume a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre nesta e na próxima semana. Zeniodi é diretora do El Sistema da Grécia e, em agosto, estará novamente no Brasil para concertos com a Osesp na Sala São Paulo.

No Rio Grande do Sul, no dia 18, ela rege Ludus pro pátria, de Augusta Holmes; a Sinfonia nº 2, de Louise Farrenc; e o ciclo de canções Noites de verão, de Berlioz, com Lina Mendes como solista. 

A produção de Augusta Holmes inclui sinfonias e poemas sinfônicos, obras corais (algumas ainda inéditas), óperas e canções. Ludus pro patria, estreada em 1888, para coro e orquestra, é uma das suas obras mais importantes, inspirada na pintura de mesmo nome do artista francês Pierre Puvis de Chavannes.

“Naturalmente talentosa, ambiciosa e apaixonada pelas artes, Holmès projetou a obra do início ao fim, não deixando nada ao acaso, desde o poema, que ela mesma escreveu (como Wagner, seu modelo ao longo da vida)”, anota o texto de apresentação da edição da partitura. “A sua escolha pelo gênero ode-sinfonia – caracterizado pela presença de um narrador – foi significativa, pois pretendia, à sua maneira, confundir as fronteiras entre ópera, sinfonia e oratório, e contribuiu para a procura do ideal da obra de arte total.”

Louise Farrenc foi a única mulher a ocupar oficialmente um posto de professora no Conservatório de Paris no século XIX. Além do trabalho como pianista, também compunha, tendo escrito três sinfonias.

“Treinada na tradição clássica alemã, Farrenc reverenciava Beethoven e evidentemente conhecia Mozart e Mendelssohn. Mas essas sinfonias não são meros epígonos. Quaisquer influências são completamente absorvidas e personalizadas”, escreve o crítico Richard Wigmore. 

Já no dia 25, o Quinteto Villa-Lobos se une à orquestra para Novos ventos, de Gilson Santos. Zeniodi rege, então, a Sinfonia nº 7, de Bruckner.

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