Retrospectiva 2023: Sidney Molina, violonista, professor e crítico de música da Folha de S.Paulo
Na música clássica, o ano de 2023 foi marcado por grande quantidade de concertos de boa qualidade. A lembrança e o impacto dos espetáculos dividem a nossa memória afetiva, tanto entre os críticos em geral como dentro de cada um de nós. Pela consistência de suas séries regulares, São Paulo e Minas Gerais seguem liderando o cenário nacional; Rio de Janeiro conseguiu celebrar efemérides e manter-se vivo na ópera; Manaus e Belém estabilizam-se; Vitória e Porto Alegre mostram suas caras; e a Orquestra Filarmônica de Goiás realizou gravações de referência.
Experiências plenas estiveram com a Osesp regida por Fischer em obras de Adès, Sibelius, e tendo Hadelich como solista do Concerto para violino de Ligeti; ou na Filarmônica de Minas Gerais atuando com o Grupo Corpo na Sala Minas Gerais; ou ainda, no jogo de expectativas proposto pelo pianista András Schiff em seu recital sem anúncio prévio de programa na temporada Cultura Artística.
Na alternância entre o Theatro Municipal e o São Pedro como protagonistas do mundo lírico paulistano, o primeiro parece ter evoluído na escolha e adequação dos elencos. Um exemplo foi a (falsamente polêmica) montagem de O Guarani, revisitação crítica que não descurou do cerne vocal que é definidor da arte de Carlos Gomes.
Para mim, pessoalmente, o ano foi intenso, tendo começado com viagens musicais e cursos ministrados na Alemanha e nos Estados Unidos. O trabalho como crítico rendeu quase 30 textos publicados, e performances com o Quaternaglia levaram-me a atuar em recitais e concertos com orquestra por vários estados. Um deles, na Sala Cecília Meireles (RJ), homenageou o violonista e luthier Sérgio Abreu – perda irreparável de 2023, cuja voz segue ressoando através dos maravilhosos instrumentos que construiu.
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