O Rio de Janeiro tem algumas joias na sua rede estadual de formação para artistas. A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa mantém espaços privilegiados de ensino de artes plásticas, dança, teatro e música – muitas vezes, necessitados de apoio financeiro e melhorias na estrutura, mas que prosseguem prestando um serviço importantíssimo à população. Um deles é Escola Villa-Lobos, no Centro do Rio, cuja história tem 111 anos – passando por diversos formatos e, desde 1981, dedicada à educação musical pública.
Formou gente como Paulo Moura, Guerra Peixe, Tim Rescala, Tato Taborda, Jorge Vercillo, Biafra e Jonathan Ferr. À frente da escola estiveram Cacilda Borges Barbosa, Aylton Escobar, Renault Pereira de Araújo, Miguel Proença, Wilson Dantas. O atual gestor é o flautista José Maria Braga, à frente de uma estrutura que atende a mais de mil alunos com idade de 18 a 60+ anos.
“Como qualquer escola que ofereça uma formação artística a crianças e jovens, é uma iniciativa muito importante – e, sendo gratuita, nem se fala. A arte apresenta aos olhos um olhar diferente, permite a comunicação com o mundo, diferente do habitual, propõe visões e caminhos diferentes do pragmatismo habitual, humaniza de fato, o ser humano.”
Nesta primeira semana de novembro, dia 5, acontece a finalíssima do 18º FestVilla, no Teatro João Caetano, premiando os alunos dentre os dez selecionados (foram 50 inscritos e 30 selecionados para a semifinal) que apresentarem melhor canção, intérprete vocal, instrumentista, arranjo e performance. “Aproximadamente 70 alunos se envolveram no festival. Parece pouco, mas não é. Estes 70 estimulam todos os demais que acabam se perguntando: por que não me inscrevi?”, prossegue o diretor. O conceito é a apresentação de canções inéditas em língua portuguesa, estimulando a produção autoral e o intercâmbio entre professores e alunos.
“O FestVilla promove a troca livre e não propõe tema”, continua Braga. “Todas as formas são bem-vindas, a criação e a troca de ideias entre os participantes são livres”.
A Escola fica no coração do Corredor Cultural do Centro, na rua Ramalho Ortigão. “Pela escola, nos últimos 65 anos, passaram mais de 100 mil alunos”, conta José Maria Braga. “O perfil do aluno não mudou muito, continua a ser aquele jovem irrequieto, criativo, com sede de se expressar. O que muda são as tecnologias que, é bom dizer, são facas de dois gumes - às vezes viram distração que embota a criação”.
A final do 18º FestVilla terá entrada gratuita no Teatro João Caetano e será transmitida pela TV Alerj no dia 5, a partir de 18h.
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