Em Campinas, um começo de ano auspicioso

por Jorge Coli 07/03/2023

 A Orquestra Sinfônica de Campinas não anunciou ainda todo o seu programa estabelecido para 2023. Porém, seu concerto inaugural da temporada, no sábado, dia 5, foi um sucesso absoluto e perfeitamente merecido.

O maestro Carlos Prazeres estreava, de modo oficial, seu papel de diretor da sinfônica campineira. Escolheu um programa norte-americano muito sedutor. Primeiro, as Danças sinfônicas de West Side Story. Elas são desafiadoras para qualquer orquestra: Bernstein as retomou de seu célebre musical para constituir uma suíte destinada à Filarmônica de Nova Iorque.

A orquestra soou de modo suntuoso: sedosa nas cordas, equilibrada entre os diversos naipes, brilhante, colorida e sutil ao mesmo tempo. A percussão, muito solicitada, teve precisão e de ritmo invejáveis por quaisquer grandes orquestras. 

Em seguida, apresentou uma seleção da ópera Porgy and Bess, de George Gershwin. Os solistas foram de primeira água, começando por Marly Montoni, que cantou um Summertime propriamente sublime; sua voz rica e expressiva, seus agudos poderosos, davam vida e grande emoção às palavras.

O monumental barítono mineiro David Marcondes, com a beleza de seu timbre e a autoridade de sua presença, impôs-se imediatamente; bem como Edneia Oliveira encarnando com intensidade contagiante tudo o que cantava. 

Finalmente, Geilson Santos, demonstrando invejáveis voz e verve, trouxe à cena, com vivacidade, humor e agilidade corporal, o papel maroto de Sportin’ Life. Um fabuloso quarteto de solistas, proporcionando uma experiência musical inesquecível para todos os presentes.

Em alguns momentos, de maneira feliz e apropriada, os cantores vieram para a plateia, aumentando ainda mais a comunicação com o auditório, que já era grande desde o início. Tudo terminou num estado geral de euforia feliz. O público, completamente conquistado, fez um triunfo a todos os artistas.

Não há dúvidas de que a temporada 2023 da Orquestra Sinfônica de Campinas, sob a nova direção de Carlos Prazeres, iniciou com o pé direito. A qualidade da apresentação foi excepcional em todos os aspectos, da escolha do repertório à execução musical. Sua performance, no concerto de sábado passado, demostrou a excelência da orquestra no seu melhor, o que certamente deixou o público ansioso pela continuação da temporada.

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Sinfônica de Campinas apresentou obras de autores americanos [Revista CONCERTO/Jorge Coli]
Sinfônica de Campinas apresentou obras de autores americanos [Revista CONCERTO/Jorge Coli]

 

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