ENQUETE ENCERRADA: Ópera ‘Porgy and Bess’ [TMSP]

por Redação CONCERTO 19/09/2025

Ouvinte Crítico

Ópera Porgy and Bess, de Gershwin

Theatro Municipal de São Paulo, de 19 a 27 de setembro de 2025

Orquestra Sinfônica Municipal e Coro Porgy and Bess (membros do Coral Paulistano, do Coro Lírico Municipal e convidados). 

Roberto Minczuk – direção musical. 

Grace Passô – direção cênica. 

Luiz-Ottavio Faria – Porgy; Latonia Moore (dias 19, 21 e 27) e Marly Montoni (dias 20, 23, 24 e 26) – Bess; Bongani Kubheka (dias 19, 21, 24 e 27) e Davi Marcondes (dias 20, 23 e 26) – Crown; Jean William (dias 19, 21, 24 e 27) e Carlos Eduardo Santos (dias 20, 23 e 26) – Sportin’ Life; Betty Garcés (dias 19, 21, 24 e 27) e Núbia Eunice (dias 20, 23 e 26) – Clara; Juliana Taino (dias 19, 21, 24 e 27) e Zuzu Belmonte (dias 20, 23 e 26) – Serena; Edineia Oliveira (dias 19, 21, 24 e 27) e Edna D’Oliveira (dias 20, 23 e 26) – Maria; Michel de Souza – Jake; Elisete Gomes – Velório; Mar Oliveira – Robbins; Mere Oliveira – Annie; Mikael Coutinho – Mingo, Nelson e Crab Man; Samuel Martins – Peter; Aline Serra – Strawberry Woman e Lily; Nathielle Rodrigues – Uma mulher; Andrey Mira – Jim; Ádamo – Frazier; Fúlvio Souza – Agente funerário; Rodrigo Mercadante – Detetive e Gustavo Lassen – Archdale. 

Coro de solistas: Elisete Gomes e Nathielle Rodrigues – sopranos, Mere Oliveira – contralto, Samuel Martins – tenor e Andrey Mira – baixo. 

Maíra Ferreira – regente do coro. Mario Lopes – criação de movimento e coreografia. Marcelino Melo – concepção cenográfica. 

Vinicius Cardoso – projeto cenográfico. Alexandre Tavera – figurino. Ana Vanessa – assistente de direção cênica. 

(Foto: divulgação, Rafael Salvador)

OUVINTE CRÍTICO - Ópera Porgy and Bess, de Gershwin
Participantes: 167
Média final: 7,54
(veja detalhes abaixo)

 

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Comentários

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Primeira vez em trinta anos que abandono uma ópera / produção no meio.
Figurino e cenários completamente descaracterizados. Roupas horríveis. Cenário pobre. Tds os personagens e coro no mesmo nível ao chão.
Nada a ver com o contexto da dec 20, numa favela com negros.
Assistindo a broadway opera Mai’s famosa americana q é incrível e pensando como conseguiram estragar tanto a ponto de summertime não ser indenficado.
Cantores fracos, som do mic baixo, salvo um ninguém falava bem
Inglês então não era possível entender e reconhecer nada do que falavam . No início fiquei até pensando “em qual linda estão cantando?”
Qdo ouvi pela segunda vez summertime foi tão decepcionante que não tive opção senão ir embora.
Adoro as produções no theater mas está foi desastre. Sai indignada em ter pago caro para ver algo tão ruim de alguém tão incrível como guershwin.
Não recomendo.

Concordo com a Monique. Infelizmente saí no meio do espetáculo decepcionada depois de ouvir "Summertime" e "Bess you is my woman now". Eu acredito que se a opera sofresse uma adaptação/versão tanto na língua, quanto no contexto, talvez ficasse mais interessante, pois da forma como está ficou totalmente perdida. Imagine uma opera dos anos 30, que fala da vida nas favelas da Carolina do Sul, cantada em inglês porém ambientada no Brasil, com cenários que remetem às comunidades brasileiras, ficou bem estranho, perdida.

Resumo: montagem imperfeita mas criativa e emocionante, mais afetada por protagonistas sem graça do que pela produção inventiva.

Foi interessante ver uma produção Regietheater de “Porgy and Bess”. Esse estilo de se deslocar livremente o tempo/espaço dos enredos de óperas, criando uma dissonância deliberada com o libreto, parece se adaptar menos ao verismo ao qual “Porgy and Bess” é inevitavelmente associado (apesar da escala maior e da centralidade dos números). Em “Porgy and Bess”, o cenário faz parte das expectativas do público: ele quer ver a vila de pescadores da Carolina do Sul, no fundo o personagem principal da ópera.

Nesse sentido, a proposta dessa produção é certamente frustrante. Porém, é inegável que ela foi executada de maneira criativa, interessante e, em muitos momentos, emocionante. A montagem teve lacunas, como na festa do segundo ato e na tempestade do terceiro, que aconteceram sem nada no palco, mas a beleza e a inventividade do cenário principal - a favela que cabe em um tijolo - compensaram tudo. A conexão emocional da plateia com os símbolos mobilizados pela cenografia é o maior trunfo da montagem.

Por outro lado, o ponto fraco foi mesmo o elenco principal. Assisti no dia 20, a primeira récita com Marly Montoni. Ela foi uma Bess confusa, sem química com o Porgy um tanto flat de Luiz-Ottavio Faria. Em algumas cenas, os cantores estavam nitidamente atrasados com relação ao acompanhamento, e não foi incomum vê-los procurando com os olhos a ajuda de Minczuk no fosso. Orquestra e regente, aliás, estavam muito bem.

O elenco de apoio foi melhor que o principal. O Sportin’ Life de Carlos Eduardo Santos, a Clara de Nubia Eunice e a Serena de Zuzu Belmonte convenceram mais que os protagonistas - foi para Zuzu, inclusive, a maior ovação do sábado, por sua “My Man’s Gone Now” realmente emocionante.

De qualquer maneira, apesar dos protagonistas um tanto sem graça, foi lindo ver “Porgy and Bess” no Municipal. Lindo e importante demais, pelo simbolismo e pela raridade da obra.

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