Osesp abre projeto dedicado a Beethoven com a ‘Sinfonia nº 9’

por Redação CONCERTO 10/12/2019

A Osesp encerra esta semana, nos dias 12, 13, 14 e 15 sua temporada sinfônica com a Sinfonia nº 9, de Beethoven. Os concertos marcam a inauguração do projeto Todos juntos – uma ode global à alegria, criado pelo Carnegie Hall – e a despedida de Marin Alsop do cargo de diretora musical e regente titular da orquestra.

O projeto prevê interpretações da obra por oito orquestras de todo o mundo, sempre com Alsop como regente, para celebrar os 250 anos do compositor. Em cada país, o texto da Ode à alegria será traduzido para o idioma local.

“A Nona sinfonia viria a se tornar uma das mais – senão a mais – famosa obra musicada por qualquer compositor na história do Ocidente”, afirmou Arthur Nestrovski, diretor artístico da Osesp, no texto da Revista da Osesp de 2019. “Paradoxalmente, permanece pouco conhecida, de fato, por milhões ou bilhões de ouvintes que não entendem o idioma alemão. Seu sentido, porém, é a essência da sinfonia.”

Nestrovski foi o responsável por traduzir para o português o texto de Friedrich Schiller. Mas a relação com o país não para por aí. A música de Beethoven será intercalada por peças de Clarice Assad e Paulo Costa Lima. 

Dica de Escuta Naxos

Nestrovski explica a escolha. Afirma que os ideais iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade que inspiram a obra não eram plenamente vividos à época de Beethoven, fosse na Europa, fosse no Brasil – onde ainda imperava a escravidão. “Com tudo isso em mente – correspondências e disparidades que caracterizam a cultura brasileira em relação ao legado europeu –, foram imaginadas respostas ao desafio lançado pelo Carnegie Hall: partindo de uma aposta na força da alegria, situar a Nona em novo contexto, dialogando com nosso próprio tempo e lugar”, explica.

Nona chega assim, na Sala São Paulo, “na moldura de um anônimo canto de capoeira da Bahia, conhecido como Navio negreiro, tramando conversas com um trecho de uma abertura de Paulo Costa Lima, Cabinda – nós somos pretos, e de um adágio para cordas encomendado a Clarice Assad, que alude ao tema da canção tropicalista Alegria, alegria (1967), de Caetano Veloso”.

Participam da apresentação os solistas Camila Titinger, Luisa Francesconi, Paulo Mandarino e Paulo Szot, a Orquestra Sinfônica da USP, o Coro Acadêmico da Osesp e o Coro da Osesp. 

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Marin Alsop com a Osesp [Divulgação]
Marin Alsop com a Osesp [Divulgação]

 

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