Quaternaglia lança discos no Rio de Janeiro e homenageia Sérgio Abreu

por Luciana Medeiros 11/06/2023

Na próxima sexta-feira, o quarteto de violões Quaternaglia volta ao Rio de Janeiro depois de uma ausência de mais de três anos – a última vez que esteve por aqui foi antes da pandemia, para o lançamento nacional do CD Four, com obras dedicadas ao Quaternaglia por Leo Brouwer e Javier Farías, e também as versões de West Side Story, de Bernstein, e Four for Tango, de Piazzolla. 

O grupo, um dos raros na formação, celebrou no ano passado seus 30 anos de trajetória lançando não um CD, mas dois. Chrystian Dozza, Fabio Ramazzina, Thiago Abdalla e Sidney Molina sobem ao palco da Sala Cecilia Meireles, ao lado do pianista Rogério Zaghi, para lançar na cidade os CDs Mosaico, com peças de Paulo Belinatti, e Down the Black River, com peças de Sergio Molina.

São, ambos, trabalhos que sinalizam “a extensão do quarteto de violões para formações camerísticas mais ambiciosas, com piano, orquestra, um quinto violão (com cordas de aço, tocado pelo próprio Bellinati) e percussão”, conta Sidney Molina. “Além disso, são álbuns dedicados, cada um, a um único compositor, o que é inédito na discografia do Quaternaglia. Down the Black River registra a obra de câmara de Sérgio Molina – embora toquemos sempre com orquestra, foi a primeira experiência de estúdio do quarteto com uma formação orquestral. Já Bellinati's Mosaic traz a produção para quatro violões de Paulo Bellinati.” Neste ultimo, há ainda uma peça encomendada a Sérgio Assad em homenagem a Bellinati – justamente a que batiza o disco.

O quarteto, cuja formação mudou muito pouco nos 30 anos de carreira, tem como marca não apenas a qualidade interpretativa mas também o avanço do repertório para a formação pela encomenda de peças. “São mais de trinta obras dedicadas a nós em CDs lançados comercialmente, de Leo Brouwer, Paulo Bellinati, Almeida Prado, Egberto Gismonti, Sergio Molina, João Luiz, Marco Pereira, Javier Farías, Sérgio Assad, Paulo Tiné, Rodrigo Vitta, Estércio Marquez Cunha, Douglas Lora e muitos outros.”

O concerto é dedicado ao violonista e luthier Sérgio Abreu, que faleceu em janeiro desse ano, aos 74 anos. “O Quaternaglia, desde o início, toca com quatro violões feitos por Sérgio Abreu, e a trajetória do Duo Abreu foi uma inspiração para a concepção de música de câmara do quarteto”, continua Molina. “Sérgio acompanhou nosso trabalho desde a estreia no Rio em 1994. Ele também produziu um álbum do grupo, o CD Estampas, de 2010, que traz a nossa segunda gravação de seu espetacular arranjo – a adaptação dos oito cellos para quatro violões das Bachianas Brasileiras nº 1 de Villa-Lobos, uma das mais geniais e ousadas especulações musicais da história do violão. Conviver com Sérgio foi um privilégio sem tamanho. Será a primeira vez que ele não estará na plateia de um recital do Quaternaglia no Rio de Janeiro. Mas seus quatro violões estarão lá, encarnando em tempo real suas ideias de som, música e vida."

Ainda na esteira das celebrações dos 30 anos do quarteto, o Quaternaglia quer retomar o ritmo de apresentações e prepara ainda comemorações pelas três décadas de existência. “Consequência da pandemia, essa sede de palco", diz Molina. “Um novo álbum ao vivo, assim como novos projetos com orquestras, não estão distantes de nosso horizonte.”

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O Quaternaglia em concerto com o pianista Rogerio Zaghi [Divulgação]
O Quaternaglia em concerto com o pianista Rogerio Zaghi [Divulgação]

 

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