Theatro Municipal do Rio de Janeiro anuncia programação 2022

Entre as atrações, a estreia mundial do balé Macunaíma e duas óperas completas

O público carioca parece que finalmente vai rever os veludos, afrescos, mármores e cristais do Theatro Municipal. É o que espera Eric Herrero, novo diretor artístico do teatro, que completa em junho 113 anos de existência.

A agenda anunciada representa, diz Herrero, as primeiras grandes pinceladas: uma lista de concertos, balés e óperas programados para o ano, com elenco e datas precisas somente para os eventos dos primeiros meses. “Daqui a pouco vamos refinando”, diz o tenor.

A lista inclui duas óperas completas (Don Giovanni e O barbeiro de Sevilha), dois grandes balés (O lago dos cisnes, em maio, e D. Quixote), homenagens e celebrações do bicentenário da Independência e da Semana de 22 (Macunaíma, balé original com música de Ronaldo Miranda), eventos corais e balés e óperas em formato de concerto. Está prevista a retomada da programação de portas abertas para o tradicional aniversário do Theatro, dia 14 de julho. “O evento de 7 de setembro também terá esse caráter gratuito”, destaca Herrero.

As portas se abrem sábado, 16 de abril, com um concerto dedicado a Mozart, com a Sinfonia nº 25 e a Missa da Coroação, sob a batuta do regente convidado Felipe Prazeres. A programação tem “100% artistas brasileiros”, adianta o diretor artístico. “Se fôssemos conceituar a temporada, eu diria que é a do reencontro dos artistas com seu público”, destaca. “Por isso, optamos por títulos bastante conhecidos para estimular o desejo desse espectador ainda em fase de retomada das atividades presenciais." 

As duas óperas, ambas novas montagens, seguem essa receita, com títulos ultrapopulares: Don Giovanni, de Mozart, com direção de André Heller-Lopes, e O barbeiro de Sevilha, de Rossini, pelas mãos de Julianna Santos.

Assim como os dois balés de porte (“que já estavam programados quando eu assumi”, destaca), serão produções para as quais a contratação de artistas extraquadros se fará muito necessária, já que os corpos artísticos vêm desfalcados há mais de uma década. “Demos preferência a peças que exigem grupos menores de artistas, para dar tempo para que voltem à sua grande forma, apresentando um produto de muita qualidade, mas respeitando também essas necessidades individuais”, explica Herrero. “No segundo semestre, vamos acelerar.”

Os três primeiros eventos já estão sendo divulgados com seus elencos completos e regentes convidados. Eric Herrero está no elenco de Carmen em concerto, “mas não recebo nada de cachê”, ele pontua.  Mas confirma que haverá um regente ocupando o posto de titular. “Ainda não posso dar o nome, mas é conhecido do Municipal, principalmente nas montagens de balé.”

Ele destaca ainda a homenagem a Renata Tebaldi (“a famosa rivalidade com Callas começou aqui no Municipal”, lembra Herrero), programada para o dia Internacional da ópera, 25 de outubro, em parceria com a Sinfônica Brasileira; e um curioso programa Halloween, com obras de Mendelssohn, Saint-Säens e Mussorgsky.

“Eu queria programar a Noite de Valpúrgis (die Walpurgisnacht, em alemão), e em conversa com o meu assistente de programação Eduardo Pereira cheguei a uma série de peças com a temática das bruxas e dos feiticeiros; vai ser uma noite muito divertida.” 

Herrero faz questão de reafirmar a importância dos projetos educativos e formadores de público e de artistas na sua concepção das atividades do ano. “Academias são fundamentais. Não entendo a desarticulação da maravilhosa Academia Bidu Sayão. Ofereceremos masterclasses dos solistas que se apresentarão aqui. E estamos articulando um projeto escola que acompanhará todo o ciclo, com cartilhas prévias para professores e alunos e volta das equipes às escolas depois dos espetáculos para debates."

Além da parceria com a OSB, o balé Macunaíma é uma coprodução do Municipal com a Funarte/UFRJ, nos programas Sistema Nacional de Orquestras Sociais do Brasil – SINOS – e Bossa Criativa.

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