Coronavírus leva a fechamento de teatros pelo Brasil [atualização 18/03 - 17h]

por Redação CONCERTO 13/03/2020

Seguindo medidas adotadas em diversos países europeus, alguns estados e cidades brasileiras determinaram a suspensão de todos os eventos públicos com aglomerações. 

O Festival Amazonas de Ópera, que começaria na segunda quinzena de abril, em Manaus, teve suas atividades suspensas. A decisão foi tomada seguindo a recomendação do governo do Amazonas e a determinação do fechamento provisório dos espaços de aglomeração pública administrados pela secretaria de cultura estadual. Ainda não há uma nova data para o evento.

Em Belo Horizonte, a Filarmônica de Minas Gerais também atendeu determinação do governo estadual e suspendeu sua agenda de março, a princípio, na Sala Minas Gerais, mas já ampliou o prazo até o dia 18 de abril.

Na cidade de São Paulo, o prefeito em exercício Eduardo Tuma, em acordo com o prefeito Bruno Covas, assinou ato de restrição que abrange eventos esportivos, artísticos, culturais, políticos, científicos, comerciais e religiosos.

A Sala São Paulo resolveu suspender momentaneamente toda a sua agenda de concertos e a venda de ingressos. Em comunicado, a Fundação Osesp afirmou que "por orientação do Governo do Estado de São Paulo, no intuito de preservar a integridade de seus públicos, as atividades previstas a partir de 14 de março estão suspensas devido às medidas de prevenção à propagação do Covid-19". "Estão cancelados momentaneamente os concertos da Temporada Osesp 2020, da série Concertos Matinais e dos Encontros Históricos na Sala São Paulo com a Jazz Sinfônica Brasil. Também ficam suspensas as Visitas Monitoradas à Sala São Paulo, o curso de formação de professores do programa Descubra a Orquestra, a Masterclass com o pianista Paul Lewis e a turnê da Orquestra pelo interior paulista", diz o texto. Aqueles que adquiriram ingresso avulso ou em pacote de assinatura serão procurados pela fundação para que seja informada "nova data para os concertos, quando possível, ou os procedimentos para ressarcimento".

O Theatro Municipal de São Paulo também resolveu suspender as suas atividades por tempo indeterminado. "Seguindo determinação da prefeitura de São Paulo, o Theatro Municipal suspendeu sua programação e atividades por tempo indeterminado para prevenir riscos de transmissão do vírus Covid-19 (Coronavírus). Por enquanto a duração do recesso não está definida. O período exato do fechamento será decidido na próxima semana de acordo com orientação da Secretaria Municipal de Saúde. A ópera Aída, que abriria a temporada lírica no próximo dia 28 de março, está suspensa provisoriamente, bem como os demais eventos da programação previstos para as próximas semanas e visitas educativas", diz o comunicado da Fundação Theatro Municipal de São Paulo.

O Theatro São Pedro, por sua vez, resolveu manter a programação do final de semana (dias 14 e 15), mas com uma ocupação máxima de 70% da casa. Ainda não houve determinação a respeito do restante da agenda.

A Cultura Artística também suspendeu todas as suas atividades, incluindo a temporada de concertos internacionais e a série dedicado ao violão.

O Instituto Baccarelli cancelou o concerto da Orquestra Sinfônica Heliópolis previsto para o domingo, dia 15, no Auditório do Masp. “A partir da segunda-feira, dia 16 de março, toda as atividades de prática orquestral estão suspensas, bem como as aulas individuais de instrumentos, por tempo indeterminado. As aulas de musicalização, canto coral e coletivas de instrumentos serão gradativamente suspensas entre o dia 16 e o dia 21 de março. O alinhamento será feito diretamente entre a Secretaria do Instituto e os pais e responsáveis. A partir do dia 21 de março, a sede do Instituto Baccarelli estará fechada, ainda sem data para reabrir”, diz o comunicado.

As unidades do Sesc no estado de São Paulo também permanecerão fechadas, inicialmente, de 17 a 31 de março. Toda a programação e prestação de serviços estarão suspensas neste período. 

O Concurso Maria Callas, que aconteceria em São Paulo e Jacareí, também foi adiado.

A GRU Sinfônica, que se apresentaria no dia 14, sábado, no Teatro Adamastor, em Guarulhos, também cancelou a a apresentação.

Em Campinas, a Secretaria Municipal de Cultura suspendeu os concertos da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas dos dias 21 e 22 de março e dia 28 de março. Além disso, os ensaios desse período, entre 17 até o dia 28 de março, foram cancelados. O 7º Festival de Música Contemporânea Brasileira, que seria realizado na cidade entre os dias 24 e 28 de março, também comunicou oficialmente o adiamento do evento para uma nova data.

No estado do Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel determinou a suspensão de diversas atividades públicas pelo prazo de 15 dias, inclusive “atividades coletivas de cinema, teatro e afins”. O concerto da soprano Sondra Radvanovsky, agendado para sexta-feira 13 de março às 20 horas no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, foi cancelado. A Sala Cecília Meireles confirmou que suspenderá as atividades por 15 dias. 

A Orquestra Petrobras Sinfônica também cancelou as apresentações previstas para o dia 14, sábado, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e para o dia 22, na Cidade das Artes. A orquestra afirma que informações sobre devoluções de ingressos podem ser obtidas através dos canais do grupo no Facebook e no Instagram.

Também a Camerata Sesi-ES, em Vitória, comunicou a suspensão das atividades até a primeira quinzena de abril. 

O governador do estado do Rio Grande do Sul determinou a suspensão de todas as atividades e eventos coletivos que impliquem a aglomeração de pessoas. A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre cancelou o seu concerto previsto para o dia 14 de março e suspendeu temporariamente, até revogação, os concertos programados para abril. 

O Mozarteum Brasileiro anunciou o cancelamento do Música em Trancoso, que começaria no dia 14 de março (leia aqui). 
 

Plateia vazia da Ópera de Sidney [pixabay]
 

Texto atualizado às 17h de quarta-feira dia 18 de março

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Comentários

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Incompreensível e heterodoxa a atitude do Theatro São Pedro ao não seguir a orientação do Governo do Estado, seu mantenedor. Esse negócio de 70% é coisa de falta de miolo, na hipótese otimista. Não terão metade disso e ainda arcarão com a responsabilidade no caso da ocorrência de transmissão desse vírus.

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