Funarte apresenta programa de apoio à ópera

por Redação CONCERTO 07/02/2020

Em encontro na última terça-feira (dia 4) que reuniu alguns dos principais profissionais do universo da ópera nacional, o presidente Dante Mantovani, da Funarte, anunciou o Programa Nacional de Apoio à Ópera, que terá um investimento de R$ 3 milhões. As diretrizes do programa foram elaboradas pela Escola de Música da UFRJ, parceira da iniciativa, a partir de experiências registradas nos últimos anos em encontros promovidos por instituições públicas e civis, profissionais e acadêmicos ligados à ópera. “Como eu não tinha ideia da dimensão e da proporção do que tinha sido feito no passado, o professor André Cardoso, da UFRJ, que coordenou toda a pesquisa, vai expor em detalhes todo o estudo”, falou Mantovani. E comemorou: “Eu estou muito satisfeito com o projeto e o investimento que anunciamos, porque o nosso programa é muito significativo”!

Em exposição ilustrada em power point, André Cardoso apresentou um amplo painel da situação da lírica nacional, desde as condições dos teatros brasileiros à questão da programação, bem como as linhas do novo programa. (Leia abaixo mais sobre o programa, conforme divulgação da Funarte.)

Em postura aberta e de colaboração, Dante Mantovani afirmou que pretende “integrar as diversas ótimas iniciativas já existentes”: “Nós queremos ampliar e fortalecer parcerias. Essa é, também, a função desse evento. Atuamos de uma maneira republicana. [...] A gente quer conversar com todo mundo: prefeituras do interior, todos os governadores, associações, teatros, administradores de equipamentos culturais. Quanto mais parcerias tivermos, maior a abrangência dos nossos projetos. Todos os nossos programas são voltados para a interiorização, a regionalização, e a democratização do acesso. A missão da Funarte é levar arte para todo o Brasil”.

Além de Dante Mantovani e de André Cardoso, participaram do evento o diretor do Centro de Música, Bernardo Guerra; a coordenadora de Música Clássica, Maria Luiza Nobre; a coordenadora de Teatro e Ópera, Renata Januzzi; e João Alexandre Cabecinho, coordenador do Projeto Sistema Nacional das Orquestras Sociais  O encontro contou com a presença de diversos representantes do setor operístico, como Flávia Furtado, do Festival Amazonas de Ópera (AM); Paulo Abrão Esper, da Cia. São Paulo de Ópera (SP); Abel Rocha, da Fábrica de Óperas (SP); Marilda Ormy, do Teatro Municipal de Niterói (RJ); André Heller-Lopes, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ); Marcelo Jardim, da Escola de Música da UFRJ (RJ); Maria Elita Pereira, da Camerata, de Florianópolis (SC); Victor Hugo Toro, da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (SP), Fernando Bicudo, do Ópera Brasil; Nelson Rubens Kunze, da Revista CONCERTO (SP); Sérgio Dias, de Recife (PE); Samuel Mendonça, de Teresina (PI), dentre outros convidados, parceiros e funcionários da instituição.

Já no dia 5 de fevereiro, a Funarte promoveu encontro com gestores de orquestras e anunciou ações para este setor: um programa voltado para o Sistema Nacional das Orquestras Sociais, com investimento de 6,8 milhões; e outro, voltado para as orquestras profissionais e acadêmicas, não vinculadas a projetos e com temporadas regulares, no valor de 3 milhões. Juntos, os programas dedicados às orquestras somam quase R$ 10 milhões.

Leia a seguir um resumo do Programa Nacional de Apoio à Ópera, conforme divulgado pela Funarte:

Programa Nacional de Apoio à Ópera

A finalidade do programa é estabelecer as linhas gerais que nortearão a implantação de uma política pública específica para o fomento à cadeia produtiva da ópera no Brasil, a partir da experiência acumulada em discussões e reflexões ocorridas em diferentes eventos promovidos por instituições oficiais e da sociedade civil, profissionais e acadêmicas, ligadas à ópera nos últimos anos. E, ainda, apresentar propostas para linhas de ações para diferentes áreas da produção operística no Brasil após o encontro com os parceiros institucionais.

Um dos principais objetivos é difundir a arte lírica, a ópera, seus subgêneros e a música clássica para a população brasileira, em especial, para os grupos sociais com pouco ou nenhum acesso a tal manifestação artística; ampliar o oferecimento de eventos operísticos em nível nacional; fomentar a cadeia produtiva da ópera, atrair investimentos, gerar emprego e renda, contribuindo para o desenvolvimento econômico do país; promover a integração e o intercâmbio cultural das diversas regiões do país, fazendo circular as produções locais; promover políticas públicas anuais para apoiar a cadeia produtiva da ópera, e apoiar a produção de espetáculos e eventos em diversas regiões do país, dentre outros.

Entre os fatores que justificam o programa, estão: oferecer ao público brasileiro o que de melhor há na criação artística universal e integrá-la aos valores próprios da cultura e da criação artística nacionais; contribuir para a formação da cidadania, através da ampliação dos horizontes culturais da população, ao proporcionar acesso a um gênero de espetáculo de valor universal, mas atualmente pouco difundido para a maioria dos brasileiros; estimular a cadeia produtiva da ópera, que envolve profissionais dos mais variados setores, gerando com isso desenvolvimento econômico, trabalho, renda e oportunidades para os artistas líricos brasileiros e os demais profissionais envolvidos nas produções (músicos, diretores, técnicos teatrais, prestadores de serviço e fornecedores), contribuindo assim para o desenvolvimento da economia local nas cidades onde os teatros se localizam; destacar a arte como fator fundamental para a educação de crianças e jovens, não só viabilizando o acesso aos espetáculos com obras de grande valor artístico, mas, através delas, contribuir para a transmissão de bons valores éticos e morais que estimulem a formação humanística e cidadã.

A Funarte vai se basear nas seguintes linhas de ação: criação da Coordenação de Ópera no Centro da Música; implementação de política pública específica para a ópera; mapeamento do setor em nível nacional; criação da Rede Nacional da Ópera; incentivo à produção de óperas de compositores brasileiros; apoio à criação, reforma e modernização de centrais técnicas, além de treinamento e capacitação – promoção de uma série de ações formativas, voltadas para a qualificação, aperfeiçoamento e reciclagem dos diferentes profissionais envolvidos na cadeia produtiva da ópera.

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Maria Luiza Nobre, Dante Mantovani, Renata Januzzi e Bernardo Guerra, na apresentação do programa [Foto: Funarte/Nadejda Costa]
Maria Luiza Nobre, Dante Mantovani, Renata Januzzi, João Alexandre Cabecinho e Bernardo Guerra [Foto: Funarte/Nadejda Costa]
 

 

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