Sob direção de Ricardo Castro, orquestra realizou concertos na Áustria, Alemanha, Polônia, Itália, Holanda e França, com destacados solistas
Na terça-feira, dia 3 de junho, a Orquestra Neojiba encerrou sua nona turnê internacional com um grande concerto na Philharmonie de Paris, uma das salas mais emblemáticas do mundo. A apresentação coroou a trajetória de 18 dias, em que o grupo realizou doze concertos na Áustria, Alemanha, Polônia, Itália, Holanda e França. Todas as apresentações foram regidas pelo pianista e maestro Ricardo Castro, criador e diretor do projeto.
A turnê passou por Klagenfurt, Breslávia, Hamburgo, Wuppertal, Wiesbaden, Saarbrücken, Essen, Brescia, Bérgamo, Munique, Amsterdã e Paris, na Philharmonie, onde a Orquestra Neojiba se apresentou pela quarta vez em menos de dez anos. Segundo o comunicado da orquestra, todas as apresentações estiveram praticamente lotadas e os aplausos de pé se prolongaram por vários minutos.
A Orquestra Neojiba executou um repertório com composições de Carlos Gomes, Ginastera, Sibelius, Copland, Bernstein, Golijov e Saint-Saëns, além de bis com obras icônicas da música brasileira como Tico-tico no fubá e Aquarela do Brasil, em arranjos escritos especialmente para a orquestra por Jamberê, um ex-integrante do grupo. “Um convite à escuta centrada no sul global, sem concessões ao entretenimento, com rigor técnico e identidade cultural”, afirma a nota do Neojiba.
A turnê contou com a participação do jovem violinista brasileiro Guido Sant’Anna, que tocou o Concerto de Sibelius em cinco ocasiões. Na sala Concertgebouw, em Amsterdã, a orquestra juntou-se pela sexta vez durante a turnê com os pianistas Lucas e Arthur Jussen, estrelas do cenário clássico europeu. E em Paris, o encerramento foi protagonizado pelas consagradas irmãs pianistas Katia e Marielle Labèque e pelo célebre ator francês Lambert Wilson, numa versão encenada do Carnaval dos animais, de Saint-Saëns.
Durante a turnê, o Neojiba também recebeu ótimas críticas da imprensa, como a do jornal Hamburger Abendblatt, da Alemanha, que destacou a expressividade, coesão e domínio técnico dos jovens músicos, ou a do Giornale di Brescia, na Itália, que descreveu o concerto como “um grande espetáculo”.
O maestro Ricardo Castro também foi o responsável direto pela concepção artística, estruturação logística e articulação internacional da turnê, que foi integralmente viabilizada por patrocínios privados e pelos produtores europeus. “O êxito da iniciativa reflete uma visão de gestão cultural estratégica, autônoma e sustentada por uma reputação construída ao longo de quase duas décadas”, diz o comunicado.
Criado em 2007 e mantido pelo governo do Estado da Bahia, o Neojiba (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) é inspirado em iniciativas de inclusão social por meio da música, como o El Sistema venezuelano. Hoje o projeto está consolidado como um dos programas de promoção social e formação musical mais bem-sucedidos do país, com núcleos espalhados por diversas regiões da Bahia.
“Com esta turnê, o Neojiba não apenas representa o Brasil no exterior – ele redefine o lugar que a cultura brasileira pode ocupar no mundo: com excelência, coragem e um profundo compromisso com a justiça social”, conclui o comunicado.




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