Marin Alsop: oito anos em oito concertos

por Redação CONCERTO 11/12/2019

Com os concertos desta semana na Sala São Paulo, a maestrina Marin Alsop despede-se do posto de diretora musical e regente titular da Osesp. Foram oito anos de gestão. A despedida não significa o fim da relação: como regente de honra, Alsop deve retornar anualmente para trabalhar com o grupo. Até lá, o Site CONCERTO recuperou oito momentos marcantes desses oito anos.

Dica de Escuta Naxos

2012: No ano em que assumiu a Osesp, um dos principais momentos foi a turnê europeia, com a primeira apresentação do grupo no Festival Proms, em Londres, em concerto no Royal Albert Hall. O concerto teve como destaque o Momoprecoce, de Villa-Lobos, com solos do pianista Nelson Freire. Neste mesmo ano, Alsop iniciou também seu ciclo de sinfonias de Shostakovich com a Osesp, encerrando a temporada com a Sinfonia nº 7.

 

2013: A Osesp voltaria à Europa no ano seguinte, tocando em palcos como a Salle Pleyel, em Paris. Na apresentação, registrada em vídeo, o grupo tocou obra de Clarice Assad a partir do Hino brasileiro e a Sinfonia nº 1 de Mahler, além do Concerto para piano nº 2 de Chopin, mais uma vez com Freire. No ano do centenário da estreia da Sagração da primavera, de Stravinsky, Alsop também regeu a peça no encerramento do ano. 

 

2014: Um ano depois, a primeira turnê brasileira, com concertos em Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. A série de apresentações integrou as celebrações pelos 60 anos da orquestra, incluindo a Alvorada, de Carlos Gomes, e a Sinfonia nº 5 de Tchaikovsky no programa. Também em 2014, o repertório apresentado por Alsop incluiu a opereta Candide, de Bernstein, e a estreia de um concerto de John Adams. 

 

2015: O grande projeto discográfico de Alsop com a Osesp foi a gravação da integral das sinfonias de Sergei Prokofiev para o Selo Naxos. Em 2015, ela gravou com o grupo a Sinfonia nº 6, além de ter comandado a Osesp em concertos nos quais realizou, por exemplo, a integral sinfônica de Brahms.
 

 

2016: As sinfonias de Mahler também tiveram enorme importância ao longo dos oito anos de Alsop à frente da Osesp: ela regeu a integral do autor durante esse período, em concertos que foram gravados em vídeo. Em 2016, o destaque foi a Sinfonia nº 2 – Ressurreição, com a soprano Susanne Bernhard e a mezzo Ingeborg Danz. Outros pontos altos de sua atividade no ano foram os cinco concertos para piano de Beethoven com Paul Lewis, o Réquiem de Verdi, os Choros nº 10 de Villa-Lobos e a Sinfonia nº 5 de Shostakovich. E, claro, a nova turnê europeia, com passagens por Londres, Edimburgo e Lucerna.

 

2017: Mais Mahler: a Sinfonia nº 6 – Trágica, em concerto transmitido em realidade virtual. Ponto alto de um ano que a viu à frente da Osesp em peças como o Réquiem de guerra, de Britten, a Sinfonia nº 7 de Shostakovich, Uma vida de herói, de Strauss, e o Concerto de Brahms com Isabelle Faust.

 

2018: Aluna de Leonard Bernstein, Alsop dedicou-se nos últimos anos à gravação de sua produção como compositor, de olho no centenário do autor, comemorado em 2018. E o fez com a Sinfônica de Baltimore e com a Osesp, em registros ao vivo. Aqui, ela interpreta a Abertura Candide, ao lado das Bachianas brasileira nº 4, de Villa-Lobos, do balé Estancia, de Alberto Ginastera, e da Sinfonia nº 9 de Dvorák. Também em 2018, Alsop regeu série dedicada a Stravinsky e apresentou em São Paulo o espetáculo Too hot to Händel.

 

2019: Alsop esteve à frente da Osesp em dois momentos marcantes – o aniversário de 60 anos do grupo, em 2014, e o de 20 anos da Sala São Paulo, comemorados este ano. Neste caso, regeu a Oitava sinfonia de Mahler, encerrando seu ciclo dedicado ao compositor. Outro momento histórico: Alsop realizou com a Osesp a primeira turnê de uma orquestra latino-americana pela China.

 

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Marin Alsop durante concerto com a Osesp na Sala São Paulo [Mariana Garcia/Divulgação]
Marin Alsop durante concerto com a Osesp na Sala São Paulo [Mariana Garcia/Divulgação]

 

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