Venda faz parte do processo de recuperação judicial da Rede Metodista de Educação, proprietária da Empem
O prédio de Escola de Música de Piracicaba Ernst Mahle (Empem) vai a leilão no próximo dia 13 de novembro. Segundo dados do portal do leiloeiro, o “imóvel esquina com 1.675m2” está avaliado em R$ 3,986 milhões e já tem um lance à vista no valor de R$ 2,7 milhões. A venda do prédio faz parte do processo de recuperação judicial da Rede Metodista de Educação, que é desde 1998 proprietária da Empem.
A Escola de Música de Piracicaba foi fundada em 1953 pelo compositor Ernst Mahle e sua esposa, a professora Cidinha Mahle. Em 1998, o casal Mahle transferiu-a para o Instituto Educacional Piracicabano (IEP), entidade mantenedora do Colégio Piracicabano e da Universidade Metodista de Piracicaba. Ao longo de sua existência, a Empem formou alguns dos principais músicos brasileiros em atividade no Brasil e no exterior. A escola é referência nacional no ensino da música, verdadeiro patrimônio do universo musical brasileiro.
Segundo notícia publicada no portal G1, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) homologou em 2022 um plano de recuperação judicial da Rede Metodista de Educação, mantenedora da Unimep, que teria uma dívida de R$ 577,8 milhões junto a mais de 10 mil credores.
Em setembro passado, a rede leiloou o restante do campus Taquaral, do qual parte já havia sido vendido no início do ano. Outros imóveis do grupo metodista, como a Fazendinha da Unimep e o campus em Santa Bárbara d'Oeste (SP), também já haviam sido leiloados para pagamento de dívidas.
A Revista CONCERTO não conseguiu contato com a Rede Metodista de Educação para saber o destino da Escola de Música. Há a expectativa de que ela seja transferida para outro prédio da empresa.
A notícia do iminente leilão da Empem foi postada no Facebook pela jornalista Beatriz Vicentini, residente em Piracicaba, que escreveu: “Não há muito o que se falar. Nem se lamentar mais. A cidade poderia ter reagido. Outras instituições ligadas à arte e à música poderiam ter insistido em soluções. Ex-alunos poderiam ter se unido de fato para buscar soluções alternativas. O CODEPAC – Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural - poderia ter garantido o tombamento do imóvel.” E mais adiante afirma: “A cidade deveria sentir-se envergonhada. Poucas figuras neste universo da cultura – inclusive em termos internacionais -, com a estatura de Ernst Mahle passaram por aqui, escolheram a cidade para oferecer suas potencialidades, seus projetos, suas criações”.
Leia também
Venda de sede ameaça Escola de Música de Piracicaba
Conselho de Defesa do Patrimônio recebe petição para tombamento da Escola de Música de Piracicaba
É preciso estar logado para comentar. Clique aqui para fazer seu login gratuito.

Comentários
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da Revista CONCERTO.